SP - MOVIMENTO/AVENIDA PAULISTA - GERAL - Após longo período de frio em São Paulo, pessoas aproveitam dia ensolarado para passear na Avenida Paulista, região da Cerqueira César, neste domingo (05). Apesar da alto índice de doenças respiratórias, a grande maioria das pessoas não fazem uso da máscara de proteção facial. 05/06/2022 - Foto: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
ESTADÃO CONTEÚDO
Diferentemente da Ômicron, cuja mutação é identificável em exames de diagnóstico, a XBB somente pode ser detectada por meio do sequenciamento genético
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu uma nota de alerta na sexta-feira (13) para um “aumento considerável” de possíveis casos da variante XBB da Covid-19 no país.
Em comunicado, a instituição brasileira destacou que a nova cepa tem se disseminado mundialmente, especialmente a linhagem XBB.1.5 (chamada de “Kraken”) nos Estados Unidos, associada a um aumento de hospitalizações pelo coronavírus.
Segundo o comunicado, a Rede Genômica Fiocruz identificou um aumento de testes positivos de Covid-19 sem a mutação que caracteriza a linhagem Ômicron BA.5 e suas subvariantes, que era vista em “praticamente 100% dos testes realizados”. Diferentemente da Ômicron (que tem uma mutação identificável em exames de diagnóstico), a XBB somente pode ser detectada por meio do sequenciamento genético.
As possíveis amostras com linhagens da XBB aumentaram de 5% do total analisado no início de dezembro para 15% na última semana daquele mês. “Considerando o cenário global da diversidade de variantes do Sars-CoV-2, os pesquisadores concluíram que o aumento de variantes sem essa mutação pode corresponder à linhagem XBB”, destacou a instituição.
A Fiocruz ressaltou, ainda, que dados de sequenciamento genômico detectaram duas amostras com a linhagem XBB.1.5, em São Paulo. “Entretanto, os dados genômicos de dezembro ainda são escassos, destacando a importância de ferramentas de inferência de variantes por PCR para a detecção precoce da mudança do perfil de circulação do vírus”.
Os testes de PCR analisados no relatório foram feitos por uma rede de laboratórios privada que colabora com a Fiocruz. O primeiro caso identificado no Brasil, em 5 de janeiro, é de uma mulher de 54 anos, moradora do município de Indaiatuba, interior de São Paulo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu em 4 de janeiro sobre o aumento de casos da XBB.1.5 na Europa e nos Estados Unidos. “A XBB.1.5, uma recombinação das sublinhagens BA.2, está aumentando na Europa e nos Estados Unidos, foi identificada em mais de 25 países e a OMS está monitorando de perto”, disse à época o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.
Como o Brasil pode se preparar ao enfrentamento da subvariante XBB.1.5
A CNN consultou o Ministério da Saúde sobre a avaliação de risco quanto ao possível aumento de casos da doença no país e se estão previstas mudanças nos protocolos de prevenção.
Em nota, o ministério respondeu que monitora atentamente o cenário epidemiológico da Covid-19 no Brasil, assim como a evolução da cobertura vacinal e as inovações tecnológicas de prevenção e tratamento contra a doença.
Para reduzir os riscos de transmissão, a pasta reforçou a necessidade de adotar medidas de prevenção e controle descritas no Guia de Vigilância Epidemiológica da Covid-19.
O documento orienta medidas de prevenção não farmacológicas, incluindo distanciamento físico, etiqueta respiratória, higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfeção de ambientes, isolamento de casos suspeitos e confirmados, bem como a quarentena dos seus contatos.
Segundo o ministério, a ampliação da cobertura vacinal contra a Covid-19, incluindo a aplicação de doses de reforço, é um dos principais métodos para reduzir os riscos de surtos da doença no Brasil.
“Além disso, orienta sobre a importância de completar o esquema vacinal com as doses de reforço indicadas para cada público, garantindo assim a máxima proteção contra o vírus e suas variantes, e recomenda que estados e municípios realizem a busca ativa da população que ainda possui doses em atraso”, diz o ministério em nota.
*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações de Lucas Rocha
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