O Palácio do Planalto avalia que parte da bancada do PT na Câmara dos Deputados acabou sendo cooptada pelo presidente da Casa, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL).
De acordo com o colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, ministros perceberam que alguns deputados petistas têm atuado mais próximos de Lira do que dos interesses do Planalto.
Recentemente, a ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, teria desabafado com um parlamentar do PT sobre seu espanto com o comportamento de deputados do partido, que tinham o mesmo apetite sobre emendas que os deputados do Centrão.
A percepção de Nísia não é isolada. A impressão que se tem no Planalto é que muitos queriam a continuação do orçamento secreto, mas agora servido à base de Lula.
Outro episódio que gerou incômodo foi na formação da CPMI do 8 de janeiro. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o líder do PT na Casa, Zeca Dirceu (PT-PR), não repassaram ao ministro Alexandre Padilha (PT), das Relações Institucionais, que existia um acordo costurado por Lira para a escolha de Arthur Maia (União Brasil-BA) para a presidência do colegiado.
Lira tentava eleger Maia para a presidência da CPI e Weverton Rocha para a relatoria. Assim, o governo ficaria nas mãos do grupo dele e teria que repassar para eles o controle da distribuição das emendas, na Câmara e no Senado, como ocorreu no governo de Jair Bolsonaro (PL).
A Secretaria de Relações Institucionais só descobriu o acordo na véspera da instalação da CPMI e conseguiu evitar a derrota.
A leitura do Planalto é que Lira quer fazer o deputado José Guimarães ministro da Secretaria de Relações Institucionais, derrubando Padilha. Assim, acredita o palácio, ele teria alguém que chegou lá com seu apoio e jogaria de acordo com seus interesses.
Guimarães foi um dos principais defensores do apoio do governo à reeleição de Lira, com o argumento de que não havia força para se ter outro candidato.
fonte: BNews
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